7 de janeiro de 2016

Carta para PJ de Caçador por ocasião de sua 17ª Missão de Férias

Foto divulgação / diocese de Chapecó

“Leva-me aonde as pessoas, necessitem de tuas palavras necessitem, de força de viver... Onde falte a esperança, onde tudo seja triste simplesmente, por não saber de ti”

Amadas e amados irmãos e irmãos da Pastoral da Juventude das lindas e férteis terras da diocese de Chapecó, nosso coração transborda de alegria e felicidade em saber que vocês estão vivenciando este tempo sagrado e santo de missão, de saída, de ir as ruas, de estar ao lado do povo. E para que algo mais místico que isso? Nossa missão inicia desde o nosso batismo no catolicismo, desde lá vocês vem cumprindo com o sim dado por vocês durante seus processos de educação na fé e durante vossa caminhada dentro da igreja. Logo, nos colocarmos em visitação a casas de pessoas, para anunciar a boa nova alegremente é uma missão, e é uma missão linda.
Lembrem de durante as visitações escutar muito, espalhar muita alegria, amor e atenção. Vocês infelizmente encontrarão pessoas que passam por momentos difíceis, por momentos complicados, por situações calamitosas... Lembrem-se por favor de dar um abraço, um beijo e uma palavra de conforto em meu lugar! Dom Helder Câmara dizia que se fosse preciso irmos até os confins do mundo para amar aos irmãos, então era isso que deveríamos fazer.
No ano passado, durante o XI Encontro Nacional da PJ, lá em Manaus na Amazônia, fomos agraciados com uma carta enviada pelo nosso amado Papa Francisco, que nos pediu para que vivêssemos nossas vidas por coisas grande e que nunca perdêssemos a fé, a esperança e a utopia. Creio que estamos seguindo ardentemente o pedido dele.
Não esqueçam de banharem-se e encharcarem-se nas águas puras e cristalinas que transbordam da fonte que nasce sempre que a Juventude, seus sonhos, lutas e utopias se unem e se tornam apenas um. E por lembrar da samaritana, aquela mulher samaritana que teve uma experiência com Cristo no poço, ela usou também do “o que vimos e ouvimos, anunciamos”, e por isso muitas outras pessoas puderam também ter um encontro com o amor de Jesus. E eles tiveram suas vivências após esse encontro com o amor de Cristo, a ponto de afirmar a ela: ‘já não pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido’. Aquela mulher teve apenas o trabalho de anunciar e praticar o que havia visto e ouvido, isso foi o suficiente para que aqueles homens também tivessem um encontro com o amor misericordioso de Deus, e passassem a reproduzir isso. Que possamos nós, especialmente nesse tempo de missão, levar esse amor de Deus a todas as criaturas.
Fiquem com Deus e com a intercessão de Santo Antônio, padroeiro da diocese de Chapecó.
Com carinho e apreço,

Gabriel Carlos de Souza
Em nome da Pastoral da Juventude 
da arquidiocese de Florianópolis
#PjArquiFloripa

4 de outubro de 2015

Carta para a PJ Joinville em alusão da sua Assembleia Diocesana

Demos à Juventude, enquanto é tempo,
um crédito de confiança, corajoso e ilimitado...
No dia em que a juventude for comedida,
prudente e fria como a velhice, o pais morrerá de tédio”.
Helder Câmara

Aos jovens da Pastoral da Juventude da diocese de Joinville,

Neste belíssimo fim de semana nós da arquidiocese de Florianópolis nos alegramos e nos colocamos em oração, pois uma de nossas dioceses coirmãs está vivenciando este tempo de assembleia. Mais do que tudo, assembleia é tempo de reflexão, de silêncio e de renovação das esperanças. Para nós, PJoteiros e PJoteiras, renovar as esperanças é renovar a fé em nossas lutas, nossos sonhos e nossas utopias. Em carta para os Jovens presentes no XI ENPJ, o próprio papa Francisco nos pede: “Nunca percam a esperança e a utopia! Vocês são os profetas da esperança, são o presente da sociedade e da nossa amada Igreja e por sobre todo são os que podem construir uma nova Civilização do amor”.
Fazemos das palavras do nosso amado papa as nossas queridos, irmãos e irmãs: não percam a esperança e a utopia! Não percam a vontade de caminhar, não percam a vontade de lutar e, mais do que tudo, não percam a vontade de construir uma nova sociedade baseada no amor. Pois como o papa nos fala nessa mesma carta “não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, mas para coisas grandes!”.
Pensar em PJ é pensar em amor com muito serviço e fé, é pensar em ter alguém na caminhada, pensar na pessoa, no serviço, na doação, boas perspectivas. Por conta disso, lembrem-se de nunca esquecer das pessoas que doam suas vidas para o trabalho pastoral. Nunca se esqueçam daqueles irmãos e irmãs que colocam suas vidas em total disposição para a construção de uma civilização do amor.
Amadas e amados, que as conclusões da assembleia de vocês sejam de vida e de renovação de esperanças para a juventude. 

Um grande abraço!

Gabriel Carlos de Souza,

Em nome da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis.

2 de outubro de 2015

Homenagem aos Votos Perpétuos Irmã Cintia

Foto retirada da página
https://www.facebook.com/votosperpetuosircintiagimenez
Em todo caminho há pedras e tropeços, mas também sempre há alguma mão amiga para nos ajudar a levantar.
Pjoteiros e Pjoteiras da nossa querida Arquidiocese, iniciamos outubro, o mês missionário, em contagem regressiva. Como muitos já sabem, nossa amada Irmã Cintia Elisabeth Gimenez está prestes a dar o seu SIM definitivo na vida consagrada, celebrando no dia 11 de outubro os seus Votos Perpétuos. Irmã Cintia é da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Amábile Lúcia Visintainer, hoje Santa Paulina, em 12 de julho de 1890, em Nova Trento - SC. 
Muitos de nós convivemos com Irmã Cintia no tempo em que permaneceu em nossa Arquidiocese, ouvimos conselhos e recebemos orientações para nossa caminhada nos Grupos de Jovens e a caminhada da vida. Muitos de nós choramos e ao mesmo tempo vibramos com a sua partida em uma nova Missão para terras distantes, mas sabíamos que ela estaria sempre aonde o chamado fosse mais forte.

Mesmo quem não conheceu Irmã Cintia em nossa Arquidiocese sem dúvidas, muito ouviu falar da tal Irmãzinha Pjoteira. Com os corações cheios de saudade, os jovens desta Arquidiocese desejam felicidades, mas isso ainda é pouco por tudo que Irmã Cintia fez por nós em tantos momentos. Alguns representantes deixarão recados por aqui, em dias alternados, até a chegada do grande momento.
Irmã, obrigada por tudo, tenha a certeza de que para sempre você terá, entre as areias das praias catarinenses, uma juventude imensa com quem contar.


Quem será que o foi o primeiro a falar?





3 de setembro de 2015

Somos todos Guarani Kaiowá



Além de perder terras, hoje, muitos índios vem perdendo suas vidas. Sendo Pastoral da Juventude e tendo como objetivo estarmos engajados na luta pelos mais pobres e com menos oportunidades, dividimos com vocês o que sabemos sobre o massacre de índios que vem acontecendo no Mato Grosso do Sul.
As informações são na maioria das vezes fragmentadas, a mídia pouco aborda e a informação quase nunca chega até nós. Mas se em algum momento ficamos sabendo, é prova de que precisamos agir, afinal de contas, estamos longe mas temos voz, e a informação precisa chegar à todos os povos.
Há informação de que nesta quinta-feira (03), diversas organizações, movimentos sociais, população e militantes estarão reunidos às 15h na Praça das Águas – Campo Grande/ MS para realizar um cortejo e um VELÓRIO SIMBÓLICO como homenagem às vitimas do agronegócio. Há um número absurdo de indígenas assassinados no Mato Grosso do Sul, o ato é em apoio aos Guarani Kaiowá.
Encontramos uma parcela considerável de assassinatos e suicídios na região, como podemos constatar:

”Citando levantamento do Cimi divulgado no Relatório de Violências Contra os Povos Indígenas, apenas no ano passado, 138 índios foram assassinados, enquanto outros 135 suicidaram-se, além daqueles expulsos de suas terras e outros que ficaram doentes e acabaram morrendo por falta de assistência médica. De acordo com informações da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, 135 indígenas cometeram suicídio em 2014, o que representa uma morte a cada três dias. Este número configura-se como o maior em 29 anos, de acordo com os registros do Cimi. O relatório do Cimi revela que o Mato Grosso do Sul continua sendo o estado que apresenta a maior quantidade de ocorrências, com o registro de 48 suicídios, totalizando 707 casos registrados de suicídio no estado entre 2000 e 2014.”

“Os dados mais duros dizem respeito à violência e desrespeito aos direitos de crianças e adolescentes indígenas. De fato, dados preliminares da Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai, vinculada ao Ministério da Saúde) apontam um total de 785 mortes de crianças entre 0 e 5 anos, no ano passado. Em 2013, o relatório do Cimi registrou a morte de 693 crianças em todo o país. Os Xavante, de Mato Grosso, foi o povo com o maior número de crianças mortas em 2014, totalizando 116.”

“A taxa de mortalidade na infância (do nascimento até cinco anos) nos Xavante chegou a 141,64 por mil, enquanto a média nacional registrada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 17 por mil. Em Altamira, no Pará, município atingido pelas obras da hidrelétrica de Belo Monte, a taxa de mortalidade na infância chegou a 141,84 por mil.”


Quem são os Guarani Kaiowá?
Os Guarani Kaiowá vivem atualmente na porção sul do território do Mato Grosso do Sul. Nos últimos anos, com o desenvolvimento agrícola, as terras foram sendo tomadas pela agricultura a custo de sangue. Para garantir-lhes um pedaço de terra, os índios ficam presos à poucos hectares e são obrigados a sobreviver com o que conseguem tirar dali. Lutamos por demarcações justas e que a conquista através da bala cesse.

“Segundo Lugon(1978), os Guarani formavam um grupo de muitos milhões, distribuídos por quase a metade do continente. Todas as bacias hidrográficas dos grandes rios que convergem para o Prata até os Andes, do Chile ao Peru, bastante adentro da Bolívia e do Brasil, eram chamadas de Paraguai, que era, no período da colonização, um território muito maior que o Estado moderno hoje denominado de Paraguai. Esse território era ocupado predominantemente pela grande nação Guarani.”

A importância de conhecer faz parte da luta, nossos discursos precisam ser consistentes, para somar aos nossos compartilhamentos nas redes sociais. Somos jovens que querem mudar e não apenas fazer barulho. Contamos com vocês nesta causa.
Texto/Pesquisa: Ana Maria Cordeiro
Fontes:
https://solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com/breve-historico
 

20 de agosto de 2015

Na luta contra a redução

Para entender:
Com 320 votos a favor e 152 contra, a Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, na noite desta quarta-feira, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que diminui a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos – como estupro e latrocínio – e também para homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Projeto segue, agora, para o Senado.
O texto já havia sido aprovado em primeiro turno no início de julho, na forma de uma emenda apresentada pelos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Andre Moura (PSC-SE). Esse texto alterou pontos do texto para que ele pudesse ser novamente votado, permitindo a aprovação. Entre as mudanças, o tráfico de drogas e o roubo qualificado foram excluídos do rol de crimes que levaria o adolescente a responder como um adulto.
Pela emenda aprovada, os jovens de 16 e 17 anos deverão cumprir a pena em estabelecimento separado dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e dos maiores de 18 anos.
Em nota divulgada nesta noite pelo Ministério da Justiça, o ministro José Eduardo Cardozo reiterou sua posição contrária à PEC e destacou que a medida não vai diminuir a criminalidade. "A redução da maioridade penal é para nós algo insustentável. Caso isso seja aprovado nós teremos um erro jurídico, um erro do ponto de vista dos estudos científicos e um colapso no sistema prisional. Estaremos gerando mais violência e ferindo a nossa Constituição. Não podemos ser favoráveis a uma medida que trará enorme dano à segurança pública de todos os brasileiros", afirma o ministro.
O governo alega que a medida impacta negativamente as contas da União, podendo gerar um gasto anual de R$ 2,3 bilhões porque será necessário ampliar as unidades prisionais para manter aproximadamente 40 mil adolescentes presos por ano.
Fonte: diariocatarinense.clicrbs.com.br
LEIA - COLUNA NOSSA VOZ -  http://www.pj.org.br - 27/03/2015

[Nossa voz] Redução da Maioridade penal: O que Jesus faria?

Por Maria Clara Leal[*]
Em meio às conversas sobre a redução da maioridade penal, como cristã, gosto de tentar viajar no tempo e imaginar: qual seria o posicionamento de Jesus?
Em muitos momentos não nos permitimos atualizar. É comum nos prendermos nos exemplos dos evangelhos, utilizando-os como referências para tentar aplicar na nossa realidade formas de lidar com as situações apresentadas a nós. Claro que isso não é um problema! Como cristãos, devemos nos apoiar nas sábias palavras e exemplos que preenchem os textos de João, Lucas, Marcos e Mateus, bem como outros da Bíblia. Mas às vezes caímos no famoso “copiar” e “colar” da atualidade.
Se agirmos desta forma, é fácil nos descobrirmos desprevenidos, pois o reinventar humano nos assusta com novos acontecimentos. Hoje, não temos só cobradores de impostos, não temos só prostitutas, não temos só deficientes e leprosos. O mundo moderno nos apresenta constantemente uma variedade de novas situações. A velocidade dos acontecimentos nos obriga a pensar e nos posicionar agilmente. Não sei, mas parece que muitas vezes essas novas situações nos colocam em enrascadas. Por não termos situações idênticas na Bíblia, ficamos perdidos.
Jesus Cristo viveu em outra época, outros desafios e situações. Mas algo que considero fantástico na sua história são seus momentos de retiro. As reflexões do jovem de Nazaré também são contadas pelos evangelhos. Ele subia nos montes para rezar, sentava com calma junto com seus apóstolos e se retirava como fez durante os quarenta dias no deserto. Seus posicionamentos também eram frutos de suas reflexões. Por que então refletimos tão pouco? Estamos sendo devorados pelo mundo instantâneo que vivemos, precisamos copiar rapidamente a resposta, mas não nos damos o espaço para refletir.
Essas peculiaridades de Cristo passam despercebidas quando buscamos atentamente na leitura de sua história as respostas rápidas, um guia de instruções. Quando fazemos isso, anulamos nossa capacidade inventiva, nos tornamos cristãos presos à época de Jesus e incapazes de atuar no mundo de hoje da forma que ele fez no seu espaço.
Quando não achamos as respostas rápidas na bíblia, quando não encontramos situações idênticas às nossas, quando não sabemos encontrar nas entrelinhas e nos gestos do nazareno as respostas, nos sentimos no direito de deixar os acontecimentos à parte, julgamos melhor não pensar sobre isso. Ou então, nos sentimos autorizados a copiar qualquer outra fala de alguém que pareça convincente, acabando por reproduzir discursos de ódio e repletos de sentimento de vingança e senso comum.
Nesses momentos, passamos a ocupar o lugar daqueles que pegavam as pedras para prontamente atacá-las em Maria Madalena. Mas, como cristãos, não deveríamos ocupar o lugar de Jesus Cristo? Daquele que olha para as lágrimas de quem sofre? Quando me vejo no primeiro lugar, me exijo o retiro, o encarando como um ensinamento do filho de Deus. Não para fugir da situação, mas para acalmar os sentimentos hostis que às vezes nos envolvem.
Mas e a redução da maioridade penal?
Eu não me lembro de ter algum dia me deparado com alguém que soubesse a resolução de Jesus para o problema, ou seja, na Bíblia não tem uma passagem que relata o que o jovem de
Nazaré fez ao encontrar um menor infrator. Este não era um ponto em questão nas terras pisadas por ele naquele tempo. Isso não permite que caiamos no erro de tomar como opinião o discurso corriqueiro, aquele dito pela mídia ou por alguma personalidade “bacana”.
Então, opino pela reflexão, e retorno ao início deste texto. Qual seria o posicionamento de Jesus?
Quando um crime praticado por um jovem acontece, um assalto ou a realização de qualquer ato danoso contra uma vítima, sentimos muito junto com ela e com razão. Essa identificação com a vítima muitas vezes nos leva ao discurso:
“Tem que reduzir a maioridade penal sim!”
“Bandido bom é bandido morto”
“Se tem idade para matar, tem para ir para a cadeia”.
Mas podemos sair do lugar de apedrejadores, vamos olhar a cena de longe. O lugar ocupado por Jesus Cristo está vazio, nele não deveriam estar os cristãos? Não para defender o erro de alguém, mas para reconhecer o humano apedrejado, as suas necessidades, o lugar que foi destinado e ocupado por ele e que pode ter o feito a acabar ali. Assim, podemos pensar nos movimentos anteriores, o que faz um jovem chegar naquele lugar. Será que a sociedade cuida do caminho percorrido por ele no seu desenvolvimento? Será que ele teve espaço para atingir o seu potencial? De repente, percebemos que a nossa sociedade parece tão injusta quanto a de Cristo e que sim, o evangelho nos ensina a lidar com essa situação.
Acho que era isso que o Jesus pensava quando se encontrava com os sujeitos que pareciam perdidos neles mesmos, “sem voz, sem vez, sem lugar”. As atitudes tomadas por ele nas situações de miséria humana sempre eram baseadas no respeito e amor. Quando Pilatos lavou as mãos na condenação de Cristo, ele o fez para todas essas propostas inovadoras e de compaixão defendidas pelo jovem de Nazaré. É mais fácil lavar as mãos e ignorar a ter que o ajudar nas transformações. Hoje, quando nos deparamos com a questão da redução da maioridade penal, temos dois caminhos: ser Pilatos ou Cireneu.
Quando refletimos como Jesus, podemos compreender o outro e experimentar sua visão diante da vida. Quando fazemos isso com cada jovem que tem seus direitos negados, que é pobre e marginalizado (pois é esse o perfil da maioria dos que cometem infrações no nosso país) compramos a causa cristã. Deixamos de ser Pilatos quando não lavamos as mãos e ajudamos o outro a carregar a sua cruz, como fez Cireneu. Hoje, nós somos convidados a defender o reino fraterno proposto por Jesus Cristo. Não reduzir a maioridade penal é abrir o espaço para novas propostas de lidar com o problema, é não se conformar com ele, assim como o filho de Deus não se conformou, bem como não naturalizou as práticas de sua época.
Quando fazemos isso, encontramos qual seria o posicionamento de Jesus e descobrimos que os evangelhos podem nos proporcionar mais do que imaginamos.
[*]Maria Clara Leal, 23 anos, é estudante de Psicologia e participa da Pastoral da Juventude da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Conceição de Macabu/RJ. Também atua como voluntária na Pastoral da Criança e defensora dos direitos dos animais.

10 de agosto de 2015

Dá uma vontade de gritar: Acorda BRASIL!

Hoje é o primeiro dia de coluna aqui no blog. Periodicamente, publicaremos textos de colaboradores que sem dúvidas, farão toda a diferença.
Somos convidados a despertar, a refletir sobre os mais diversos assuntos e esperamos que tudo o que for publicado por aqui, possa ajudar os grupos a seguir em frente, possa servir de tema para novas discussões... Gostaria de agradecer a participação dos Irmãos Maristas, que aceitaram o convite a ter uma coluna fixa em nosso blog. Que Deus guie e abençoe ainda mais este grupo. Com vocês, o primeiro texto, da coluna "Irmãos Maristas".


A educação das crianças, adolescentes e jovens é responsabilidade 
da FAMÍLIA, ESTADO e SOCIEDADE.

Creio que as três Instituições precisam repensar os seus sistemas educacionais.
Ah! E como o Brasil é um país muito religioso, precisamos pensar ainda na educação religiosa.
Precisamos avaliar os sistemas educacionais, os programas e projetos. Se o Brasil mudasse o foco da discussão, parasse de olhar o efeito e olhasse a causa, estaríamos indo na raiz do problema. A educação precisa ser repensada em muitos âmbitos. Citei a educação religiosa, porque a maioria dos brasileiros passa pelos bancos das Igrejas, templos e terreiros... Não estou me referindo a uma religião e sim a todas. Como estamos educando o ser humano para as suas relações?
Matar nunca será justo, roubar nunca será justo, estuprar nunca será justo... Parar um país para avaliar 1% dos crimes com mortes (dados dos crimes que envolvem adolescentes) ao invés de atingir a raiz da violência isso não é justo. Precisamos trabalhar a regra e não a exceção. Os dados mostram a realidade. Os adolescentes e jovens somam mais de 60% dos que morrem e 1% dos que matam. A punição para esse 1% já existe, são seis as medidas punitivas para os adolescentes que cometem crime. O que não existe nesse país é uma política pública que garanta dignidade aos milhares que estão morrendo.


Ir. Julianderson André. (MARISTA)



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Quem escreve?

O Irmão Marista segue Jesus Cristo do jeito de Maria, cultiva uma vida de amor a Deus e ao próximo, orienta suas energias para essa direção. Procura viver este ideal em comunidade. O jeito de ser do Irmão é uma maneira específica de viver com todos, de maneira alegre e gratuita, o seguimento de Cristo. Tem como missão a evangelização e a educação cristã das crianças, adolescentes e jovens, em especial os que se encontram em situações de maior necessidade.
Irmão Marista é um ser humano integrado na sociedade e no mundo, que busca em comunidade dar sentido a vida e seguir o ideal de vida de Jesus Cristo. Participa e se compromete com a história da humanidade, buscando vida plena, na construção de um mundo justo e solidário. O Irmão Marista tem como referencial Jesus Cristo, transcendendo os laços de sua própria família, comunidade ou amigos.